quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CONFESSO QUE VIVI


Sim eu vivi!
Eu confesso que vivi!
Como foi que suportei tudo eu não sei!
E, hoje em dia, eu só queria um benefício: o esquecimento.
Tanta dor, tanta mágoa, tanta tristeza, tantas lembranças,
São um fardo muito difícil de carregar sozinha...
Sim! Sozinha!
Porque nem com o meu fiel escudeiro,
O travesseiro,
Posso dividi-las!
Das lembranças
Ele não pode me aliviar
Para as dores
Ele não pode me dar o remédio
Para as mágoas
Não pode me dar mais explicações
Do que as que já obtive da própria vida
Das tristezas nem o sono me livra,
Elas me perseguem em sonhos....
São tantas as saudades,
Tantos... Ah! Se eu tivesse dito,
Ah! Se eu tivesse ido...
Eu confesso que não sei como vivi!
Muito menos como tenho vivido depois de tudo
Depois que as ilusões se foram,
Depois que os objetivos se desvaneceram como fumaça
Diante dos meus olhos estupefatos
Diante de uma realidade tão crua
Que se apresentou instantaneamente!
Por isto gostaria de esquecer!
De me livrar de tudo isto como se fosse um casaco velho e puído,
Que foi usado até rasgar!
Poderia até não ter outro...
Tanto faz...
Seguiria nua,
Sem estas referências equivocadas
Pelo resto da vida que me sobra
Num passeio de bicicleta
Na direção de um simples entardecer,
Num velho e abandonado cais. 

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