segunda-feira, 28 de março de 2011

CÃES



Mãe e filho chegam ao meu lado e fazem a maior arruaça.
Cheia de alegria ela me contempla,
deita meigamente sua cabeça em meu colo,
ela quer colo, não tem rabo, só um frenético toco,
que se movimenta a velocidade da luz de tanta felicidade.
Late loucamente, quando ele vem requerer sua parte de atenção.
Ela é minha, eu a vi primeiro!
Os dois se atiram as mordidas e emboscadas, disputando minha atenção.
E eu me sinto um astro de rock, alguém muito importante ( uma rainha talvez).
Depois de muitos carinhos em barrigas e orelhas,
muitos olhares lânguidos me pedindo mais e mais,
estamos nós três, parados,
ventinho suave, passarinhos comendo sementes do matagal,
definitivamente instalado em nosso quintal.
Ela, satisfeita, abre-se ao sol.
Dá uma última espiada em mim, suspira e dorme
o que me parece ser um sono sem sonhos.
Ele, ao meu lado, vigia tudo ao redor.
Preguiçosamente sacode o rabo
E, por vezes, me dirige um olhar carinhoso
como se conferisse o meu bem estar.
Então eu penso,
que felicidade mais simples esta, momentos de intensa paz,
fica parecendo que o mundo,
este tolo mundo,
teria tanto a aprender com eles!

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